terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A Baronesa que amava o Jazz

Pelo grande pianista (Thelonious Monk) – e por amor ao jazz – a herdeira de uma nobre família britânica largou tudo. A história de Kathleen Annie Pannonica Rotschild, ou simplesmente Nica, está contada em um novo documentário dirigido por sua sobrinha-neta. (Na foto ao lado Monk e Nica)

Ao descobrir que amava os músicos de jazz, Kathleen Annie Pannonica Rothschild, esposa do barão Jules de Koenigswarter, mudou sua vida – a sua e a deles também. A baro­nesa pagou seus aluguéis, resgatou seus instrumentos hipotecados em lojas, levou-os a shows em seu Bentley prata e convidou-os a morar em sua própria casa nos tempos mais difíceis.

Diante da desaprovação da sua família, ela apoiou de músicos proeminentes, como Sonny Rollins, Charles Mingus e Art Blakey, aos obscuros. Um deles, do qual ficou indissocia­vel­mente ligada, foi Thelonious Monk. Pannonica, ou Nica, se apaixonou pela música do sumo sacerdote do bebop em 1952, ao ouvir Round Midnight. Em 1954, quando ele tinha 34 anos, e ela, 40, iniciaram uma relação cuja essência desafia analistas – e que só terminou com a morte dele.

Pannonica, assim chamada em homenagem a uma borboleta rara, era a caçula do banquei­ro e entomologista Charles Roths­child. O homem, que sofria de depres­são, cometeu suicídio quando ela tinha 12 anos e estava prestes a embarcar numa adolescência que para uma Rothschild só poderia representar, como ela diz em The Jazz Baroness, documentário recém-lançado por sua sobrinha-neta, Hannah, “uma sala de espera para o casamento e a maternidade”.

Tudo, então, mudou: artista talentosa, aos 18 anos ela estudava arte em Munique. Aprendeu a voar e, aos 22, casou-se com Jules, um colega aviador. Eles moraram em um castelo no noroeste da França, onde tiveram os filhos Patrick e Janka. A II Guerra levou o barão para a África, depois de ele aderir ao exército de De Gaulle.

Nica foi com o marido. Depois da guerra, o barão virou diplomata, primeiro na Noruega, a seguir no México. Eles tiveram outros três filhos – Berit, Shaun e Kari – mas, relata Hannah Rothschild, “Nica não se adaptou à vida de mulher de embaixador”. Em 1952, o casal se separou. E a baronesa foi para Nova York.

Três anos mais tarde, o divórcio foi incitado depois que Charlie Par­ker morreu no seu apartamento, no Hotel Stanhope, na 5th Avenue. O grande saxophonista estava em turnê quando começou a tossir sangue. Um médico sugeriu repouso – é quando a casa de Nica entra na história. Três dias depois, enquanto viam TV, Parker caiu de súbito e morreu. Os Rothschild não gostaram da repercussão do caso.

Jules ganhou a guarda dos três filhos mais novos. Nica não foi uma mãe negligente, mas suas prioridades estavam noutro lugar, geralmente com Monk. O genial compositor e pianista tinha uma esposa, a quem dedicou Crepuscule with Nellie. Com a baronesa, o casal formou uma espécie de ménage – cujo principal objetivo era o de sustentá-lo e transpor o que provavelmente hoje seria diagnosticado como transtorno bipolar. “Nellie precisava de Nica para ajudá-la a lidar com a instabilidade de Monk”, diz um entrevistado do filme.

O par se tornou conhecido em clubes de Nova York, mas o espetáculo de uma mulher branca com um homem negro na década de 1950 acabou por provocar incidentes. Um deles: Nica levava Monk e seu saxofonista, Charlie Rouse, a um show em Wilmington, Delaware, quando, durante uma breve parada, um policial vasculhou o carro e encontrou uma pequena quantidade de maconha. Sabendo que uma condenação para os músicos significaria a proibição de se apresentar em casas noturnas, Nica assumiu a culpa, passou a noite na cela e foi condenada a três anos de prisão – o que seria anulado posteriormente.

Cansada de ser convidada a se reti­rar de hotéis por gerentes que não gostavam do entra-e-sai de músicos, a baronesa comprou uma mansão em New Jersey. Lá, instalou o piano Steinway que comprara para Monk, junto com seus – mais de 300 – gatos. Ele e Nellie se mudaram para lá.

De saúde instável, o jazzista morreu em 1982, aos 64 anos. Seis anos mais tarde, Nica, então com 75, não sobreviveu a uma cirurgia. Sua generosidade, contudo, não morreu com ela. A casa, pertencente a seus herdeiros, tem sido ocupada por Barry Harris, outro pianista. Tempos depois, as cartas de Nica foram descobertas entre os papéis da pianista Mary Lou William, outra amiga próxima, junto com várias de suas requintadas pinturas abstratas. Fragmentos das cartas, lidos pela atriz Helen Mirren, são ouvidos no filme, incluindo o veredito sobre seu casamento: “Jules odiava jazz. Ele se acostumou a quebrar meus discos quando eu me atrasava para jantar. Eu geralmente estava atrasada para jantar.”

Quanto aos seus amigos músicos, Hannah os descreveu, no lançamento do longa, como “as mais dignas, humanas e articuladas pessoas que conheci em 20 anos fazendo documentários.” Não deixa de ser uma resposta para quem se pergunta por que razão a discografia do jazz pós-guerra é estudada com um nome exótico, em um catálogo de composições que inclui não apenas a Pannonica de Monk, mas Nica’s Dream, Nica Steps Out, Blues for Nica e uma dúzia de outras.


The Guardian - Publicado em Zero Hora

Village Vanguard



Uma das mais famosas casas noturnas do mundo, com mais de uma centena de discos gravados em suas dependências. Situado em Manhattan, em Nova Iorque, foi fundado em 1935 por Max Gordon (que faleceu em 1989). Atualmente é conduzido por sua mulher. Pelo palco do Village passaram os mais talentosos músicos do Jazz, incorporando diversos estilos desde o swing, o bebop, passando pelo free e o fusion, até chegar em nossos dias, com os mais promissores nomes da atualidade.

Os discos com "Live at Village", no título passaram de cem, e desde Sonny Rollins - o primeiro a gravar no Village -, nomes como Miles Davis, John Coltrane, Keith Jarret e diversos outros já gravaram ali. É o club de Jazz mais antigo ainda em atividade.

O toldo vermelho na entrada do Club logo dá lugar à quinze degraus de escada, para então surgir 123 lugares, todos voltados para o palco, um modesto palco. Nesse ambiente, que exala Jazz, muitos músicos viveram momentos de glória, muitas revoluções musicais foram apresentadas ao púlico.



Entre histórias mais interesantes que ocorreram no Village, estão as que envolvem o ego e as "manias" de alguns artistas que por lá passaram, como por exemplo Miles Davis, conta-se que uma vez o músico deixou o palco na metade do concerto, com o club lotado, para buscar sua namorada que estava embriagada do outro lado da cidade. Charles Mingus, certa feita, derrubou a porta do Club porque seu nome, no cartaz, constava como Charlie e não como Charles.

Um livro escrito por seu fundador, Max Gordon, conta todas essas histórias e muitas outras. Chamado "Ao vivo no Village Vanguard" o livro recupera momentos históricos e memoráveis, não somente do Club mas como da história do próprio Jazz.

O Village Vanguard esta situado na 178-7th Avenue South NYC com concertos às 21h00 e 23h00 com entrada em média: 30 Dolares.
Site: http://www.villagevanguard.com/

Vídeo de Billl Evans ao vivo no Village:




Deixo ainda, uma gravação antológica do Saxtenorista Sonny Rollins. Este é o primeiro disco gravado no Village, em 3 de novembro de 1957. Vale lembrar que Sonny é uma das poucas figuras vivas e ativas daqueles tempos.














Sonny Rollins - A Night at the Village Vanguard


Sonny Rollins: tenor saxophone
Donald Bailey: double bass [afternoon]
Pete LaRoca: drums [afternoon]
Wilbur Ware: double bass [evening]
Elvin Jones: drums [evening]

01 A Night In Tunisia [afternoon] - 8′16
02 I’ve Got You Under My Skin [afternoon] - 10′03
03 A Night in Tunisia [evening] - 9′03
04 Softly As In A Morning Sunrise [evening] - 6′43
05 Four [evening]- 8′26
06 Introduction [evening] - 0′20
07 Woody ‘n’ You [evening] - 8′29
08 Introduction #2 [evening] - 0′29
09 Old Devil Moon [evening] - 8′21
10 What Is This Thing Called Love? [evening]- 14′03
11 Softly As In A Morning Sunrise - 8′03
12 Sonnymoon for Two [evening] (Rollins) - 8′46
13 I Can’t Get Started - 4′54
14 I’ll Remember April [evening] - 9′20
15 Get Happy [evening] - 9′08
16 Striver’s Row (Rollins) [evening] - 5′59
17 All The Things You Are [evening] - 6′46
18 Get Happy - 4′40

Download part I
Download part II

Chet Baker - Noites e mitos


Cerimônias fúnebres á beira da sepultura pontilhavam as colinas ondulantes do cemitério Inglewood Park em um bairro residencial negro nos arredores de Los Angeles. Toldos brancos protegiam as pessoas do sol mas não podiam bloquear o ronco dos aviões que subiam e desciam no Aeroporto Internacional de Los Angeles ali perto. Por todo o cemitério o cheiro fético dos vapores dos jatos sufocava o odore fresco de grama cortada. Dois dias antes um vôo de passageiros da Holanda trouxera o corpo de um trompetista lembrado como um dos homens mais bonitos dos anos 50. Chet Baker morrera em Amsterdam, na sexta feira dia 13 e sabia-se que sua morte misteriosa estava ligada a drogas. Agora depois de anos na Europa estava de volta ao sul da Califórnia onde conhecera a glória pela primeira vez para galgar o repouso final ao lado do pai. Garoto da zona rural de Oklahoma, Baker povoara de fantasias a cabeça das pessoas desde o momento em que nasceu. Tudo em relação a ele estava aberto à especulação: Seu estilo cool de tocar trompete tão vulnerável e no estando tão desligado; seu meio sorriso enigmático; a androginia de seu canto doce; um rosto igualmente infantil e sinistro. O som que tirava do seu instrumento levou os fás italianos de Chet a apelidarem de L´angeloTromba d´oro (o anjo) e (trompete de ouro). Marc Danval, um escritor da Bélgica, chamava sua música de "(um dos lamentos mais bonitos do século XX) e o comparava a Baudelaire, Rilke e Edgar Allam Poe. Na Europa, até mesmo a prolongada dependência de heroína trabalhava a seu favor, fazendo com que parecesse ainda mais frágil e precioso. Mas nos Estados Unidos sua morte não sensibilizou muita gente. O necrológico de Baker no New York Time que dava a idade errada (59, em vez de 58), o retratava como um ídolo decadente cuja “sorte fenomenal” se “tornara amargo” devido às drogas. "Alguns críticos disseram que Baker talvez tenha sido superestimando no início", comentava o jornal sobre um músico que certa vez fora proclamado como a Grande Esperança Branca entre os trompetistas de jazz. Apesar de anúncios fúnebres no Los Angeles Time e no Hollywood Report, somente cerca de 35 pessoas compareceram ao enterro. "Foi triste, não foi uma celebração", disse o clarinetista e amigo Bernie Fleischer, colega de longas datas na banda do colégio. "Mas, de qualquer modo, ninguém esperava que ele durasse tanto". Poucos dos que estavam reunidos ali sabiam muita coisa de sua vida no estrangeiro e agora ao olharem para o caixão fechado, ficavam ainda mais intigados com sua morte. Por volta das 03h10 da madrugada a polícia holandesa removera o corpoda clçada, logo abaixo da janela do seu quarto no terceiro andar de um hotel da Estação Ferrovíaria Central de Amsterdam. A poucos passos ficava a Zeedijk, uma ruela sinuosa, notória como o ponto de venda de drogas mais descarado da Europa. Os policiais despejaram o cadáver anônimo no necrotério, supondo tratar-se de mais um infeliz viciado. No dia seguinte, Peter Huijts, empresário de turnê holandês de Baker, identificou o corpo. A morte foi dada como suicídio ou acidente introduzido por drogas. Mas havia uma abundância de provas contraditórias. A janela do seu quarto de hotel só abria até trinta centímetro, tornando impossível que ele tivesse caído involuntariamente. Objetos para uso de drogas foram encontrados por todo o quarto, mas um porta-voz da polícia anunciou que sangue de Chet não acusava nenhum indício de heroína, Meses antes de sua morte. Baker dissera a várias pessoas que alguém andava atrás dele. Sua viúva inglesa, Carol Baker que morava em Oklahoma com seus três filhos, compartilhava da mesma idéia. "Não foi suicídio, foi crime", insistia. O pianista Frank Strazzeri, que tocara com Baker pouco tempo antes levou a suspeita ainda mais adiante: "Eu olho pro caixão e digo:'Que merda, cara, o que aconteceu? O que você fez? Seu idiota, torrou a grana de outro cara. Acabaram matando você". Era típico de Baker deixar todo mundo na dúvida até mesmo na morte. Era um homem de tão poucas palavras e notas que cada uma delas parecia misteriosa e profunda. O escritor inglês Colin Buter havia notado uma qualidade semelhante em Jeri Southern, uma cantora e pianista dos anos 50 cujas neuroses lhe valeram um colapso nervoso e a recusa em voltar a cantar. "Era como se ela tivesse olhando no coração de um sonho americano e enxergado os contornos de um pesadelo sobre o qual não se deveria nem falar a respeito", escreveu Butler. Baker vivera dentro de alguma tormenta sem nome, só sua e extraíra dela uma música de tristeza e de um lirismo tão tocantes que as pessoas se agarraram a ele durante anos, decididas a decifrar o seu segredo. Para Hiro Kawashima jovem trompetista japonês, Baker era como Buda: "Ele me ensinou sobre a própria vida e eu o considero o 'mestre da vida', por assim dizer". A cantora Ruth Young, namorada de Baker durante dez anos era tão fascinada por "Picasso" como o chamava, que contrabandeava droga através das fronteiras para ele e uma vez até o ajudou a arrastar um cadáver de dentro de um apartamento europeu e a se desfazer dele. Baker despertou uma obsessão semelhante no fotógrafo Bruce Weber que pagou pelo eu enterro. De 1986 a 1989m Weber teria gasto 1 milhão de dólares do deu próprio boldo para fazer o documentário Let´s Get Lost, uma fantasia orgástica sobre um homem cuja aparência nos anos 50 ajudara a inspirar os anúncios homoeróticos deWeber para as roupas íntimas de Clavin Klen. Sua câmera passeou extasiada pelo Baker do final dos anos 80, uma figura que os críticos de cinema chamaram de um a "cadáver cantante" (J. Hoberman, no Village Voice), um "bode decadente" (Julie Salamon, no Wall Street Journal), "uma relíquia de bochechas cavadas, desdentada, sussurrante à beira da morte cerebral" (Charles Champlin, no Los Angeles Times), um "viciado em heroína pouco confiável e conivente" (Lee Jeske, no New Yorl Post), um "sanguessuga" e "fantasma devastado pela droga" (Chip Stern, Rolling Stones). Tudo isso sobre um homem cujos solos eram considerados modelos de expressão sincera, graciosos como poemas. (Chet Baker - A Longa Noite de um Mito - James Gavin "Ed. Companhia das Letras - 2003".pags. 11 à 13).

domingo, 17 de janeiro de 2010

Five Spot Cafe

Localizado em New York, o Five Spot era um lugar muito pequeno, onde as mesas ficavam muito próximas umas das outras, e o palco ocupava um pequeno espaço do local. Imagine um ambiente enfumaçado, tocando o mais puro Jazz...assim devia era o Five Spot.


Thelonioun Monk e John Coltrane ao vivo no palco do Five Spot


Conta-se que o local onde situava-se o Five era  barra pesada, ficando muito próximo onde era distribuído sopa aos moradores de rua. O Five Spot começou a receber atrações de Jazz apartir da década de quarenta, quando pintores e poetas foram ocupando as moradias próximas ao Club, e pediam para assistir músicos de Jazz em ação.



Desde então o Five Spot contou entre suas atrações, gente como Charles Mingus - que tocou no último show do Club antes da sua demolição -, Thelonious monk, John Coltrane, Ornette Coleman entre outros. O five contou também com inúmeros discos gravados em seu palco, como: a reunião de Monk com John Coltrane Discovery! Live at the Five Spot de 1958 e Eric Dolphy com Booker Little no Na Five Spot volumes 1 e 2.

Para completar essa postagem deixo um clássico registro gravado no Five Spot Cafe, o disco de Thelonious Monk Quarted com John Coltrane. Imperdível!
Thelonious Monk Quartet feat. John Coltrane - Live At The Five Spot Discovery! - 1957














Thelonious Monk- Piano
John Coltrane- Tenor Sax
Ahmed Abdul-Malik- Bass
Roy Haynes- Drums

01. Trinkle Tinkle 9:56
02. In Walked Bud 11:06
03. I mean You 13:38
04. Epistrophy 5:09
05. Crepuscule With Nellie 2:56

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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

James Brown - Live At Apollo - 1963




Considerado um dos melhores discos ao vivo de todos os tempos, verificamos em Live At Apollo um James Brown dançante, animado e com total controle sobre banda e platéia, nada mais poderíamos esperar de um cara que nessa época fazia 300 Shows por ano. James Brown, aliás tem sua história muito ligada com a do famoso teatro Apollo, pois além de lá fazer shows memoráveis - além do disco em questão, J.B tem mais três ao vivo no Apllo -, também foi lá que seu corpo foi velado, hoje a rua logo atrás do teatro leva o nome do Rei do Soul. Voltando ao disco, com ele, J.B entrou definitivamente no estrelato, sendo a partir de então considerado o maior astro da Soul Music, acompanhado por uma banda de treze músicos e por um grupo vocal, o The Famous Flames, O Soulman interage de forma espantosa com o público. Live At Apollo registra a primeira fase da carreira de J.B, mais R&B, mais ligada ao blues, pré-funk, felizmente para nós esse show de tirar o fôlego foi registrado, e ainda continua a alucinar e facinar milhares de pessoas de bom gosto ao redor do mundo.


1. Introduction To James Brown and The Famous Flames
2. I’ll Go Crazy
3. Try Me
4. Think
5. I Don’t Mind
6. Lost Someone
7. Medley One
8. Night Train
9. Think
10. Medley Two
11. Lost Someone
12. I’ll Go Crazy

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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Chet Baker - My Funny Valentine - 1954



Um músico Cool por excelência, não somente pelo estilo de tocar como pelo próprio estilo de vida, assim era Chet Baker. Infelizmente Chet não tinha só talento para música, tinha também para se envolver em encrencas, e se envolveu em várias ao decorrer de sua vida, foi preso, internado, teve contratos cancelados, entre outras coisas. Conviveu muitos anos com um devastador vício em heroína, que praticamente consumiu sua vida e sua aparência - com quarenta anos aparentava ter sessenta -.Mas o que nos importa foi o legado musical inquestionável que Chet nos deixou, entre tantas maravilhosas obras temos essa, My Funny Valentine composição de Richard Rogers e Lorez Hart para o musical Babes in Arms, tornou-se  um clássico do Jazz, foi gravada em mais de mil e trezentos álbuns e interpretada por mais de seiscentos artistas.
A interpretação de Chet Baker, para essa obra nessse disco é uma das mais belas de todo o mundo jazzistico.


01 My Funny Valentine
02 Someone To Watch Over Me
03 Moonlight Becomes You
04 This is Always
05 I'm Glad There Is You
06 Sweet Lorraine
08 It's Always You
09 Let's Get Lost
10 Moon Love
11 Like Someone In Love
12 I've Never Been In Love Before
13 Isn't It Romantic?
14 I Fall In Love Too Easily

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Marvin Gaye - Let's Get It On - 1973




Marvin Gaye foi um dos maiores cantores da Soul Music, durante os anos 60, 70 e 80 gravou diversos discos pela gravadora Motown - gravadora que mais lançou cantores negros desde sua fundação até o advento do Hip-Hop -. Marvin tornou-se o artista mais rentável da referida gravadora devido a sucessos como ‘Let’s Get it On’, ‘I Want You’ e ‘Sexual healing'. No disco Let’s Get it On aqui apresentado, encontramos Marvin em ótima fase, cantado, compondo e tocando - Marvin era multiinstrumentista -. O disco tem um dos maiores teores eróticos e sexuais já vistos, porém sabe ser sóbrio e não cai na brejice. Fica aí a dica para quem quer fazer aquele "clima" em um encontro romântico, ou simplesmente deleitar-se no mais fino Soul de um disco que por muitos foi tentado imitar, porém ninguém sequer chegou perto.


1. Let's get it on
2. Please stay (Once you go away)
3. If I should die tonight
4. Keep gettin' it on
5. Come get to this
6. Distant lover
7. You sure love to ball
8. Just to keep you satisfied

BB King e Eric Clapton - Riding With The King - 2000



Mais de 30 anos de amizade, e o primeiro disco feito em conjunto pala dupla. O inglês Eric Clapton já foi chamado de deus da guitarra, o americano BB King é uma das lendas vivas do Blues, tantos atributos não poderíam resultar em outra coisa senão um clássico e inigualável disco, onde os músicos esbanjam técnica e amor incondicional à música negra, tocando clássicos do Blues e do Soul. É de arrepiar quando a primeira faixa começa a soar no seus ouvidos - é de dar vontade largar tudo e pegar a estrada -, o que vem a seguir são músicas sensacionais, onde podemos perceber o enorme respeito que Clapton tem por BB King. Realmente a reunião desses dois mestres não poderia ser melhor, o disco é perfeito desde a capa, passando pelos solos, repertório, harmonia, enfim, uma obra prima.

1. Riding With The King
2. Ten Long Years
3. Key To The Highway
4. Marry You
5. Three O'Clock Blues
6. Help The Poor
7. I Wanna Be
8. Worried Life Blues
9. Days Of Old
10. When My Heart Beats Like A Hammer
11. Hold On I'm Coming
12. Come Rain Or Come Shine

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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Cotton Club


Ao longo do quarteirão principal um elegante cabaré (existe até hoje) fazia contraste com as demais casas de diversões. Era o famoso Cotton Club, onde se exibiu por muitos anos Duke Ellington. Os brancos lotavam o clube, a atração maxima do Harlem, ocupando os melhores lugares proximos à pista, em prejuizo dos negros que não podiam divertir-se em seu proprio meio, a seu modo.


Cotton Club - O lendário Clube da Avenida Lenox com Rua 142, foi aberto em 1923 pelo "gangster" Owney Madden que havia fechado o antigo Jack Johnson´s  De Luxe Club, reabrindo como Cotton Club, agora uma casa de espetáculos, apresentando luxuosos shows de palco com lindas coristas, as cantoras EthelWaters e Bessie Smith, e dançarinos de renome como Bill "Bojangles" Robinson e os Nicholas Brothers. Em 1927, a casa contratou o pianista Duke Ellington e sua banda. Uma oportunidade de ouro que Duke aproveitou para projetar-se no cenário artístico do país. A essa altura sua orquestra já era sólida e experiente e com som próprio, partindo decididamente para a fama. Ao transformar-se, rapidamente na grande atração, permanece aí até 1931, quando recebe excelente proposta para fazer uma "tournée" na Europa, sendo substituído pela orquestra de Cab Calloway (1932).


 O Cotton Club permaneceu como ponto central da noite no Harlem até 1936, quando se mudou para o sul da ilha deManhattan (Downtown), sem o mesmo brilho e sucesso dos primeiros tempos,encerrando suas atividades em seguida. O Cotton Club não era bem visto pelos negros por ser refugio de "gangster" (lugar "Jim-Crow") e dos milionarios brancos que frequentavam o Harlem todas as noites certos de que os negros adoravam vê-los dançar como macacos imitando-os nos dificeis passos do "black-botton".



http://www.quintaavenida.mus.br/QUINTA-2/artigoO%20Som%20do%20Harlem(II).htm


Aproveitando o post sobre o Cotton Club, deixo esse vídeo de Duke Ellington tocando ao vivo no referido clube. No vídeo vê-se um pouco da elegância e do charme dos frequentadores - em sua maioria brancos - e do espetáculo que Duke e sua banda proporcionavam.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Charley Patton - Founder of the Delta Blues (1929 - 1934)




Um dos pioneiros do Blues e considerado o primeiro bluesman a fazer sucesso. Nascido no Mississipi em 1891, e suas primeiras gravações foram feitas em junho de 1929.Patton começou tocando em fazendas e tavernas, impressionando seu público tocando com o violão nas costas, na cabeça e entre as pernas. Sua voz regada a Whisky e cigarros não precisava de amplificação para ser ouvida de longe.Ele também definiu o estilo de vida do blueman do delta: bebia e fumava excessivamente, dizia que teve um total de oito esposas, foi preso pelo menos uma vez e viajava com freqüência, nunca ficando por muito tempo no mesmo lugar. Morreu em abril de 1934 de problemas cardíacos, embora alguns rumores apontavam como assassinato.Sua única imagem conhecida é a que ilustra a capa desse disco.

Fonte: http://blueseveryday.blogspot.com/search/label/Biografias

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BB King - Live in Cook Country Jail (1971)






Gravado ao vivo na prisão de Cook, um condado em Illinois, esse disco mostra um King no auge da carreira e, tocando para uma platéia para lá de perigosa. O show decorre sem nenhum problema já que o Rei sabe como conquistar seu público. Só por ser BB king já vale a pena, porém a atmosfera que norteia o disco e a performance dos músicos executando os mais primorosos Blues, o tornam obrigatório.



1.Introduction.
2.Everyday I have the blues.
3.How blues can you get.
4.Worry, worry, worry.
5.3 O'clock blues - Darlin' you know I love you.
6.Sweet sixteen.
7.The thrill is gone.
8.Please accept my love.

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

John Coltrane - A Love Supreme (1965)


Gravado em 1964 e lançado em 1965, A Love Supreme é considerado por público e crítica como um dos mais importantes discos da história do Jazz. Para falar bem a verdade esse álbum é uma obra prima, divido em quatro temas, ele é uma homenagem a Deus - dentro do conceito de Deus de Coltrane -.Já liberto do vício em heroína, mas manifestanto os primeiros sintomas do câncer de fígado que o mataria, Coltrane juntamente com McCoy Tyner (piano), Jimmy Garrison (baixo) e Elvin Jones (bateria), grava A Love Supreme, que não influenciou apenas as gerações futuras do Jazz, mas também o rock e o psicodelismo. A Love Supreme possui pouco mais de 32 minutos de música, mas levou Coltrane a lugares que não poderia mais retornar, a espiritualidade e os sons intrincados se tornariam frequentes em seus trabalhos futuros.


1 - Acknowledgement
2 - Resolution
3 - Pursuance
4 - Psalm

John Coltrane - Tenor Saxophone
McCoy Tyner - Piano
Jimmy Garrison - Baixo
Elvin Jones - Bateria

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